Preso a cama
Me apavora não sentir minha alma
Assim espero que eu possa ter uma
As vezes acordo agitado e nada me acalma
Desejo e espero que essa tristeza suma
Nem todos os dias posso acordar feliz
Sentir que estou completo e realizado
Fico pensando nas coisas ruins que já fiz
E meu coração louco fica agitado
Não existe perfeição na condição humana
Meus erros são tantos que não posso enumerar
Acordo, mas fico rolando em minha cama
Esperando que meu ser possa se acalmar
As horas passam e fico no leito agonizando
Cada segundo é uma eternidade de sofrimento
Abandonar a vida, parece que estou gostando
E pensamentos cruéis me destroem por dentro
Grito por dentro, tentando pôr para fora
Mas meu grito é mudo e o sofrimento ignora
No leito mortal estou preso e agora
Não adianta fugir, nada sinto lá fora
E o mundo agitado a minha volta
Segue seu frenesi como sempre deve ser
Mas minha imobilidade aos poucos me escolta
Para os braços da Morte que eu penso merecer
E como uma musa inspiradora ela me fascina
Sussurra palavras doces para poder me seduzir
Com palavras duras essa Morte me ensina
Que viver demais é deixar de reluzir
E no leito ainda preso em desconforto
Tento fugir de velhos e cruéis pensamentos
Coloco um pé no chão frio a contra gosto
Quem sabe assim eu reviva bons momentos