Ode ao Rês Abatido
Toda célula: cada bactéria e organismo,
Tudo aquilo que anda, voa e rasteja,
Toda criatura, qualquer que seja
Não escapa ao inevitável trofismo!
Sou assim eu: ser passageiro.
Que consumo e serei consumido!
É assim tu, pobre cordeiro,
Que com o punhal será ferido!
Por que choras, cadáver de rês?
Se vivereis para sempre eu meu organismo,
Morrer é simplesmente relativo,
Será que isso não vês?
A faca que te emola, um dia me emolará!
À terra consumidora também alimentareis,
Essa é a verdade, diferente não há.
É tu que morres agora, mas chegará a minha vez!