Entre vozes
Enovelada entre essas teias
Que me abraçam nessas
Negras horas doces, ouço
O sussurrar de cada medo
E sonho a ficar, súplices,
Me sustentando nesse leito,
Me ninando entre suas vozes,
Acalentando meu sono nessa
Longa noite em que vivemos.
Tento, agora, acolher aqui
Em meu seio cada anseio
Que, entre vozes, me abraça,
Clamando por cada momento
De luz que desperta desse
Soturno sonho que segue
Nos acolhendo, etéreo,
Como mensageiro a nos
Entregar a derradeira mensagem
Que avisará o momento
De abrir de novo os olhos
No novo mundo que se
Estenderá diante de nossa face.