Amor, sempre amor
O amor pulsava no seu peito
Era certo que só isso queria
Abatida por uma moléstia, entregue ao leito
Sofria calada, de fortes dores padecia
Mas seu sorriso ainda lindo
Alegrava como uma contradição
Sua vida ali perdida se esvaindo
Sentia necessidade de dar seu perdão
E perdoava com a sinceridade mais pura
Perdoava todos que um dia lhe fizeram mal
Seus olhos marejados refletiam doçura
Mesmo diante de uma doença fatal
Por dias agonizou sem parar
Mas nem por isso deixou de viver
De todo seu corpo frágil transbordava
A caridade imensa que vinha do seu ser
Assim foi até o último suspiro
Definhando e mesmo assim amando
Amor para todos, mesmo no martírio
E no final partiu como se estivesse sonhando
Foi para além das dores humanas
Levando consigo grandes verdades
Dizia que todas as atitudes levianas
Não valiam nada, não conhecia maldades
Meu coração se entristeceu com sua partida
Nem o tempo foi capaz de apagar sua lembrança
Lembranças que deixou nessa triste vida
E seu maior gesto foi sempre amar e dar esperança