Amor, sempre amor

O amor pulsava no seu peito

Era certo que só isso queria

Abatida por uma moléstia, entregue ao leito

Sofria calada, de fortes dores padecia

Mas seu sorriso ainda lindo

Alegrava como uma contradição

Sua vida ali perdida se esvaindo

Sentia necessidade de dar seu perdão

E perdoava com a sinceridade mais pura

Perdoava todos que um dia lhe fizeram mal

Seus olhos marejados refletiam doçura

Mesmo diante de uma doença fatal

Por dias agonizou sem parar

Mas nem por isso deixou de viver

De todo seu corpo frágil transbordava

A caridade imensa que vinha do seu ser

Assim foi até o último suspiro

Definhando e mesmo assim amando

Amor para todos, mesmo no martírio

E no final partiu como se estivesse sonhando

Foi para além das dores humanas

Levando consigo grandes verdades

Dizia que todas as atitudes levianas

Não valiam nada, não conhecia maldades

Meu coração se entristeceu com sua partida

Nem o tempo foi capaz de apagar sua lembrança

Lembranças que deixou nessa triste vida

E seu maior gesto foi sempre amar e dar esperança

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 09/07/2020
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