A Uma Donzela Morta

Na alcova, encontrei uma Inês tenebrosa:

Pálida qual anjo, nua qual puta,

Dormia morta, apodrecida... Linda e dissoluta!

Alimentando uma infinita fauna cadaverosa.

É mais bonita assim: quando está morta.

Bonita, de uma beleza sepulcral e absoluta!

Donzela, não serves ao mundo que te emola,

Mas graciosamente serves ao verme que te sepulta!

19.06.20

Raul Brasil
Enviado por Raul Brasil em 01/07/2020
Código do texto: T6992795
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