Trono de ossos
Sob a doçura da noite
Deixo minha alma vagar
Na quietude desse caos,
Ficando à deriva nesse
Nevoento mar de rosas secas
Que me dá alento, ilusório,
Dessa "calmaria" que vejo
Aqui nesse trono feito
Dos ossos dos que se
Entregaram ao abraço
Do sofrido sono eterno.
Sentado nesse ósseo trono,
Vejo todo o caos desse novo reino
Se instalando em cada osso
E em cada coração vivente,
Me permitindo entrever todo
O nevoeiro dessa etérea voz negra
Sussurrando seu macabro evangelho
Nesses turbulentos tempos de
Morte reinante em procura
Dos amores afanados pela dor.