APETITE LÚGUBRE

Os corvos iniciam rituais de bailados,

Dançam freneticamente diante das covas,

Pois estão embriagados e apaixonados

Pelo odor mefítico das podridões novas.

Gritam em pleno ar, o apetite se renova

Sempre que chegam os corpos mutilados

Pela desdenhosa morte que não é trova,

Mas um infortúnio na vida dos flagelados.

Ah, carnificina! Nesta inorgânica panaceia

Os cadáveres sofrem efeitos duma odisseia

Donde se produz o manjar dos vis abutres...

Sem dúvidas, são manifestações macabras,

Os fúnebres são alimento predileto nas aras

Que ardem da felicidade dos que se nutrem!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 06/05/2020
Código do texto: T6939756
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