Memórias Sepulcrais
Do alto da abóbada de meu jazigo,
Contemplo em devaneio espectral,
A hora de não mais estar comigo,
Imerso na eterna névoa abissal.
Despedida da carne em tom onírico,
Que apodrece defenestrada do viver,
Existência relegada num esgar satírico,
Afaga lúdico o extinguir de meu sofrer.
Da tumba que emana o fogo-fátuo, eis!
O despojo que os vermes agora alimenta,
Em sua mente viva de poeta criou reis,
Que não mais coroam sua finda tormenta.
Sem memória, sem resquício de passado,
Resta o desvendar de pútrido mistério,
Não o entoar das trombetas em som alado,
Mas o jazer esquecido no ventre do cemitério.
Do alto da abóbada de meu jazigo,
Contemplo em devaneio espectral,
A hora de não mais estar comigo,
Imerso na eterna névoa abissal.
Despedida da carne em tom onírico,
Que apodrece defenestrada do viver,
Existência relegada num esgar satírico,
Afaga lúdico o extinguir de meu sofrer.
Da tumba que emana o fogo-fátuo, eis!
O despojo que os vermes agora alimenta,
Em sua mente viva de poeta criou reis,
Que não mais coroam sua finda tormenta.
Sem memória, sem resquício de passado,
Resta o desvendar de pútrido mistério,
Não o entoar das trombetas em som alado,
Mas o jazer esquecido no ventre do cemitério.