Venha!
Revira-me as entranhas e dói...
Dói feito a convulsão de uma fera
O passado me sufoca e remói
Destrói tudo que esse louco espera
Sinto a carne rasgada e declino
Me afasto da minha putrefação
Se antes havia a visão do menino
Hoje só há tristeza e desolação
É tão maldita essa sensação
Tão angustiante que eu prefiro morrer
Se realmente um dia fui coração
Hoje o amor vejo apodrecer
E dói, é uma sublime angústia fatal
A adaga transpassada em meio peito
É poderosa, desejada e leal
Pois a Morte é esperada em meu leito
Venha profana com seu hálito insano
Me sufoque com o seu toque mortal
Venha Morte, pois é a ti que chamo
Me leve, pois meu viver se tornou imoral