Divinas Senhoras
Divina chama tenha piedade
Dos mortos aflitos pelos seus lábios
Chamando a si mesmo
A dor não tem vida
a vida se desfez.
Senhora das lâminas dos ventos cortantes
São tuas palavras
Vorazes sombras em aço
Soa ao som do sussurro
A vida talvez seja mínima
Quem sabe fértil sem amor
Soando em palavras indistintas
Clamando ao fogo para viver.
Senhora do amor despedaçado
Chorando sangue pelos flagelados
Desabrigados, torturados
Fugindo das guerras, corrupção
Traz tua misericórdia lenta
verte água a quem tem sede
Dê alimentos a quem tem fome
Mas o amor a outro, já se foi.
Divina chama do silêncio
Eu quero partir sem dores em meu peito
Sangro nas lágrimas profundas
Prefiro deitar-me em espinhos
Do que beijar-te outra vez.