Minhas mãos

Minhas mãos

Fraquejei

Eu busquei caminhar

Mas o meu corpo

Rejeitava os meus passos.

Busquei voltar ao passado

Mas eu me perdi no caminho

Vim escrever um poema

E só saia versos verdadeiros

Como é sorrir sem vontade?

Como é viver sem vontade?

Eles nos julgam

Porque sabem que

Não suportariam

Um terço da nossa loucura.

Em silêncio

Estava em um metrô

E comecei a observar

Corpos lado a lado

Pessoas concentradas em seus celulares

Mas ninguém sequer parou

Para olhar o outro.

O trem parou

Parece que a energia acabou

Continuei sentado na janela

Coloquei uma música

Fechei os olhos

E me teleportei para o meu mundo

Onde as pessoas não se julgam

E se respeitam

Porque sabem como doi

Brincar com os sentimentos dos outros.

Olhar para o abismo

E foi a pior coisa que alguém poderia fazer

Os olhos delas estavam vermelhos

Carregado de marcas dos choros das madrugadas

Ela só queria entendessem o seu jeito

Mas era mais fácil apontar os erros dos outros

Do que assumir que está errado.

Meu coração está pesado

Eu já aconselhei a muitos

Mesmo com o coração em pedaços

Minha alma foi escravizada

E completamente abraçada pela escrita

Escrevendo para fugir da loucura

Escrevendo não por escrever

Escrevendo para atravessar as almas.

Escrevendo

Relembrando

Chorando

E mergulhando dentro do meu caos.

Rafael Silvaa
Enviado por Rafael Silvaa em 04/03/2020
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