Minhas mãos
Minhas mãos
Fraquejei
Eu busquei caminhar
Mas o meu corpo
Rejeitava os meus passos.
Busquei voltar ao passado
Mas eu me perdi no caminho
Vim escrever um poema
E só saia versos verdadeiros
Como é sorrir sem vontade?
Como é viver sem vontade?
Eles nos julgam
Porque sabem que
Não suportariam
Um terço da nossa loucura.
Em silêncio
Estava em um metrô
E comecei a observar
Corpos lado a lado
Pessoas concentradas em seus celulares
Mas ninguém sequer parou
Para olhar o outro.
O trem parou
Parece que a energia acabou
Continuei sentado na janela
Coloquei uma música
Fechei os olhos
E me teleportei para o meu mundo
Onde as pessoas não se julgam
E se respeitam
Porque sabem como doi
Brincar com os sentimentos dos outros.
Olhar para o abismo
E foi a pior coisa que alguém poderia fazer
Os olhos delas estavam vermelhos
Carregado de marcas dos choros das madrugadas
Ela só queria entendessem o seu jeito
Mas era mais fácil apontar os erros dos outros
Do que assumir que está errado.
Meu coração está pesado
Eu já aconselhei a muitos
Mesmo com o coração em pedaços
Minha alma foi escravizada
E completamente abraçada pela escrita
Escrevendo para fugir da loucura
Escrevendo não por escrever
Escrevendo para atravessar as almas.
Escrevendo
Relembrando
Chorando
E mergulhando dentro do meu caos.