Ensaio para o além túmulo
-Amor, faleça e volte para mim!
Grite a saudade antes que eu me esqueça
Dos ermos dos quais já não alcanço o fim
Consuma-se minha alma tanto ou o que mais
Padeça eu, morto nada mais há
Feito espumas sopradas pelo vento
Porto sem nau
Nau à deriva
Lembranças vividas derramam-se
Dias tortos, ventura das horas
Tecido que desfias já num passado
Ter existido ou esquecer-me
Hortos tristes perambulando por ai
Mortos poetas nos limbos dos erros
Esquecido, sepultado, morto já está