Sombras
E olhando ao redor
Vislumbrei escombros
Espaços vazios e restos de mim
Lembro dos sonhos, agora pesadelos
Imagino sendo tragado
Não pela vida, mas pelo medo de viver
Nunca quis viver de lembranças
Indo de encontro ao abismo
Levando comigo só escuridão
Esperando ardentemente não acordar
Vivendo a última esperança
E saindo silenciosamente...
Ao redor só escombros
Nada que me arranque um sorriso
O olhar antes castanho
Agora é cinza, obscuro e pesado
E se for para ser assim
Será como um alento
No momento, não quero nada
Apenas que a Morte possa confortar
Com seus braços frios
E seu semblante acolhedor
Que me chama, que me busca
E que de alguma forma
Está cada vez mais perto de mim
Não me vejo completo
O tempo é algoz e se estende
Desconfortável como o destino
Eu que já não sou mais menino
Perdi o brilho, perde a sede
Aquela sede de viver a qualquer custo
E vivo embriagado de luto
De despedidas e eternos adeus
A noite me estende os braços
As sombras me acolhem
Me protegem da angustia
Da vontade de partir
E se tentar...
Partirei!