Negra Prisão
Triste masmorra na qual me findo,
De agonia, lágrimas, sangue e dor,
Com a morte à minha porta rindo,
E eu chorando a perda de meu amor.
Gárgulas gorjeiam ao meu tormento,
Abutres riem ao me ver passar,
Anjos choram em lamentos,
Fui condenado pelo crime de amar.
O badalo de um sino marca minha execução,
A morte já não é tão ruim;
Antes ela que viver a triste desilusão
De que meu amor chegou ao fim.
Agora livro-me desta negra prisão
De agonia, lágrimas, sangue e dor,
Que nada mais é que meu triste coração,
Morto! Por dizer-me adeus, Amor!