O fantasma atrás da luz

Por trás da luz, ria o fantasma da morte.

Apagou o sol que brilhava nos olhos vivos, sem brilho nenhum agora.

Onde a beleza outrora?

Falta-lhe a carne de pele macia que agora quase nem cobre aquele saco de ossos.

Pra onde foi?

Encheu a boca escarnissante dos vermes naturais.

Em luz...

Cruzou os braços num olhar pensativo...

Quem lhe viria buscar?

O céu ou o inferno?

Alma pensativa buscava na longitude do pensamento os pecados mais de sete capitais do seu norte a sul.

Chorou com coração apertado, porém, corajoso.

Enfrentou a morte assistindo o próprio escárnio afundado na terra fria, como se fosse um sonho ruim mas ao mesmo tempo liberto do câncer da alma.

Voa pássaro sem asas...

Ao som do vento, a dança pelas margens do rio Paraguai...

Estava finalmente feliz.

Agora ria como o fantasma atrás da luz.