Aletologia: Desalento
Queria eu, viver a euforia de uma criança e banir do meu peito esta tristeza de viver assim... Sem um cândido amor. Confuso entre às perspectivas que vêm ao meu coração ecluso. Queria eu compreender, mesmo que minimamente, este meu existir em discordância e assimétrico, dissociado da tranqüilidade mental por completo perante fatos de veracidade tão cruéis e indubitáveis, tecendo em mim uma agonia perpétua.
E deixar acontecer é o que me dói mais. Pois, despreparado a este inclemente mundo vejo minha fraqueza perante a tudo e todos em meu ser inferiorizado, envenenado por mim mesmo sem perdão, sem causa, nos braços do fracasso iminente de uma maneira tão vulnerável.... Porém, sem o “beijo-de-Deus” e o carinho quimérico da euforia, vivo a amargura de um princípio sem consequência em desamor eterno, até o mais denso, extremo e proporção. Até o eclipsar de minha vida sem esperança de continuar em meu inalcançável destino que, sem possíveis mudanças, irrompe em lágrimas... Inavegável em meu espírito ausente, como um barco sem rumo que, sem o meu conhecimento, partisse com o pedaço lúcido de mim.
Já perdoei o “imperdoável”... Transformei meus próprios sonhos, impossíveis... “Feridas”, em leves cicatrizes. Já amei, odiei, chorei, sorri. Já tive um coração... Eternamente apaixonado. Conquanto hoje, sou por vezes infeliz e só carrego em mim decepções, como um fardo que me pesa às costas colocando-me ao mais ínfimo ser moral. Bebendo do cálice da amargura sempiterna, que me subtrai na existência de um antigo ser que, a tempos idos já fora, no mais puro íntimo, alguém que já inspirara a vida sem tristeza alguma.