Mundo de Papel

Meu corpo desmonta todos os dias

Como um jogo de quebra-cabeça

O tempo ficou distorcido

É os fantasmas me fizeram uma visita.

Fracassamos!

Tentamos reviver coisas

Que jamais voltarão.

Imagine escrever e chorar ao mesmo tempo

Só assim sentirá o peso desse poema

O coração buscou entender

O que a alma precisa sentir

Meu coração era rasgado

Quando tinha que aconselhar

As pessoas que mais me machucavam.

Mergulhei dentro da minha solidão

Para sentir os aromas das minhas essências

E foi ali que eu descobri

Que amadurecer é ser cortado

Com as intensidades das nossas experiências.

Foi por pouco

Mas eu consegui voltar

Para contar a vocês o resto da história

Um corpo que não marcado por palavras

É apenas um cadáver.

Chegou um tempo em que

Eu estava morto

Caminhando entre os vivos

“O que eu desejo ainda não tem nome”

Clarice Lispector,

Obrigado por me fazer sentir isso.

O sorriso foi silenciado

E foram poucos que perceberam isso

Naveguei dentro dos meus pensamentos

E comecei a afundar dentro

Da minha própria mente.

A minha alma chorou

Quando sentiu o meu corpo desistir

Desculpe!

Eu demorei para voltar

Porque acabei me perdendo no caminho.

Mergulhei dentro da minha solidão

Para tentar colar os pedaços que restaram

A alma se tornou a protagonista da cena

Ela viu um mundo tão frágil quanto um papel

E ficou assustada

Quando viu que nas paredes do meu corpo

Haviam gritos em formas de poesias.

E quando comecei a refletir

Abrir uma porta

E me deparei com um mundo de vidro.

Rafael Silvaa
Enviado por Rafael Silvaa em 15/01/2020
Código do texto: T6842803
Classificação de conteúdo: seguro