ALÉM DA MORTE

Sou cadáver e durmo eternamente.

Sobre meu túmulo colocaram flores,

Murcharam tais como meus amores

E ébrio tornou-se meu inconsciente.

A vida esvaiu-se assim tão de repente

E no infinito sono eu guardo rancores

Duma existência donde só senti dores

Diante dum povaréu falso e descrente.

O tempo sublevou-me perante a morte,

Mesmo habitando numa cova, sou forte,

Pois minha memória se tornou imortal...

Pouco importa se meu corpo é carnificina,

Agora mais do que nunca sigo numa sina

Até que renasçam em mim mar e litoral!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 15/01/2020
Código do texto: T6842672
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