És...

És qual cantiga de ninar

a um sepulcral descanso;

O sopro frio de inverno

em secas folhas de outono ...

És do jardim da solidão,

pétala, e caíra ...

Assim pálida de adeus,

de abismos esculpida!

És raio de sombra de um sonho

e não se sonha em trevas;

Qual descarnado abraço

o amor desaconchegas-me ...

És aos campos-santos

poesia de epitáfios

Pútrido coração

e deformada paixão não igualo ...

És a beijos de distância

folha a fio levada

Íris cadente alinhada

a luar em febril lábio ...

És das lágrimas mais puras,

desnuda não cairá

Comum brinde de corpos

por tênue sopro de amar! ...

Christopher Bennett
Enviado por Christopher Bennett em 03/01/2020
Reeditado em 03/12/2022
Código do texto: T6833287
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