Poesia fosse açougue

Ah! Poesia fosse açougue

Eu escreveria com um cutelo,

Na carne fria, ou com um martelo

Nos frágeis ossos sem sangue

Ah! Poesia fosse açougue

Minhas odes seriam fatias

E eu te elogiaria

Pedaço

por

pedaço

Nessa cortante poesia!

Ah! Poesia fosse açougue!

Carne e sangue eu escreveria

E nesses versos eu te cortaria

Azougue, como um novelho!

Poesia fosse açougue!

Você estaria mutilada, exposta

Protinha pra ser comprada.

E eu te amaria ainda mais

E escreveria odes tais

Com esse cutelo meu

Pedaço

por

pedaço

à cada pedacinho teu!

Ah! Querida! Poesia fosse açougue...

Raul Brasil
Enviado por Raul Brasil em 15/12/2019
Reeditado em 15/12/2019
Código do texto: T6819510
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