Benção mortal

Tentando sempre externar

Toda a alegria sombria que

Vem de meu coração seco,

Morto e deturpado, retribuo

Com um doce prazer sádico

Essa benção mortal que me

Cobre a cabeça como a manta

Que me cobre a cabeça nessas

Angustiantes noites chuvosas.

Assombrando sempre meu sono,

Recebo n'alma toda a candura

Dessa cálida benção mortal que

Me aquece friamente o corpo

Como as gotas de chuva que me

Lavam de toda inocência, me

Banhando de luxúria a cada

Rubra gota de pecado, me abençoando

Com o angélico batismo de sombras

Que me joga no desejo bruto

De viver loucamente no meio dessa

Excruciante devastação.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 05/12/2019
Código do texto: T6811829
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