A Bela Apodrecida

Dorme em teu Leito de Morte

Virgem Corpo de Alma Serena

Ao teu lado as Sombras Vivem

Acalentando-te em Jornada Terrena

Alimentando as larvas

Bactérias e Vermes

Visão Conspurcada aos Olhos Frágeis

Das Multidões Inermes e Pequenas

O Postmortem porventura se faz

Presente em Hora de Partida

O Turno do Cemitério

Caminha ao Lado das Dívidas

Teu corpinho aqui jaz

Entregue aos Agentes das Ruínas

Usinas de Produção Lúgubre

Cuja emanação nos alucina

Cumpre aguardar a herdade derradeira

Dos Ossos do Fúnebre Ofício

Quando Luz e Escuridão se casarão

Junto com Tuas Virtudes e Vícios

O Mundo, se Pequeno ou Vasto

Nada mais sabe de nós

E em magoados tons de cinza

Ecoa gritos de dor nefastos

Que nos aproximam dessa Foz

E a Fossa Fétida Imunda

Na qual Eles habitam

As Cavidades Pútridas se agitam

Enquanto a Podre Carne Abunda

Festival de Depravação Terrena

Restos Putrefatos governam

Refletindo Desejos Inatos

Dos Abissais Vermes que Imperam!