Corpo de vidro – As memórias de Samira

Corpo de vidro – As memórias de Samira

Lágrimas escorreram

E vocês não perceberam

Nas madrugadas

Eu chorava no meu quarto

Porque durante o dia

Precisava colocar um sorriso no rosto

E ainda ter que dizer que

Estava tudo bem.

A vida nunca foi fácil

Mas ultimamente parece que ela

Está no modo impossível

Todos os dias quando me olho no espelho

Eu me pergunto:

Como foi que eu sobrevivi a tudo isso?

Já reclamei muito da vida

Mas eu admito que esqueci

Que existem muitos corpos

Que desejam voltar a vida.

Esse poema é uma agulha

Que toca naquilo que você luta

Para esquecer todos os dias

As pessoas evitam falar sobre o passado

Porque as lembranças carregam sentimentos

E falar sobre eles é expor as suas feridas.

Vivemos em um mundo de aparências

Onde o sorriso é pouco usado

E as lágrimas se tornaram as protagonistas.

E você me ler

Será que você não vê?

Muitos sofrem ao seu lado

E você nem percebe isso.

Muitos se isolaram

Porque quando quiseram falar

Não tiveram com quem conversar

Esse corpo que vos escreve te desafia

A se encarar no espelho

E dizer que nada abala os seus pensamentos.

Rafael Silvaa
Enviado por Rafael Silvaa em 03/11/2019
Reeditado em 03/11/2019
Código do texto: T6785920
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