Corpo de vidro – As memórias de Samira
Corpo de vidro – As memórias de Samira
Lágrimas escorreram
E vocês não perceberam
Nas madrugadas
Eu chorava no meu quarto
Porque durante o dia
Precisava colocar um sorriso no rosto
E ainda ter que dizer que
Estava tudo bem.
A vida nunca foi fácil
Mas ultimamente parece que ela
Está no modo impossível
Todos os dias quando me olho no espelho
Eu me pergunto:
Como foi que eu sobrevivi a tudo isso?
Já reclamei muito da vida
Mas eu admito que esqueci
Que existem muitos corpos
Que desejam voltar a vida.
Esse poema é uma agulha
Que toca naquilo que você luta
Para esquecer todos os dias
As pessoas evitam falar sobre o passado
Porque as lembranças carregam sentimentos
E falar sobre eles é expor as suas feridas.
Vivemos em um mundo de aparências
Onde o sorriso é pouco usado
E as lágrimas se tornaram as protagonistas.
E você me ler
Será que você não vê?
Muitos sofrem ao seu lado
E você nem percebe isso.
Muitos se isolaram
Porque quando quiseram falar
Não tiveram com quem conversar
Esse corpo que vos escreve te desafia
A se encarar no espelho
E dizer que nada abala os seus pensamentos.