MIRTES E OS ANJOS VINGADOS - Epílogo

Nas aberturas do primado,

Deus caminhou sobre o universo

enfeitando mundos conforme

o juízo , deixando horizontes

e lacunas de sol pra que suas

crias intempestivas pudessem

até mesmo voar por sobre

as nuvens de toda dúvida

que possível, era prevista!

E a nobre Divindade

colheu seus trigos dourados

na terra ensanguentada

dos que eram fracos no destino.

Oh grande modal que em

virtudes da miséria ante

a vida , descende tudo que

pode morrer por santidade,

Quem avistou tua força

e quiz dela tornar o caos

dos moribundos entre

os meus , entre as vítimas

dos teus monstros, foste

tua própria herança falida

desde o princípio.

O inferno não abdica da

vontade de "reino", nem

do desejo das estrelas

pelo signo que brilha sozinho.

O inferno é o calor profundo

da alma de origem!

Da mesma fome que te

levou a entregar teu primeiro

filho ao fim mais terrível.

A árvore frondosa e florida

que já contém frutos

doces e sementes se abrindo

em tal solo é uma Verdade!

Eu matei, Deus, o mal das

agonias de parto sofrendo

pra oferecer inocentes infames

ao deleite de animais famintos

pela eternidade de anjo.

Pela "cura" eterna do peso

maldito que carregam

montanha acima e cai

deixando rastros e pegadas

escondidas do que era

pra ter sido....passado.

Mas tu me destes o interior

do inviolável primogênito,

do novo mentor daquelas

tábuas feitas por escravos

com medo do caos .

Ele abriu fendas no templo

que estava morto nos

escombros da usura!

Escrevi nas feridas

que os moldes da tua essência

fizeram por nada entender

da verdade que fluía vida.

No que podia tocar de imundo

poluído de vagas quimeras

do grande nascimento da terra,

iluminando caminhos.

Escrevi com ferro e veneno

pra deixar eterno do que

dele pudesse de novo nascer,

fazer parte desta tua ordem

que traz mistério onde apenas

os" lobos conseguem ver no escuro

e fundar igrejas de labirintos".