MIRTES E OS ANJOS VINGADOS V

Sou uma estrela vingada

caindo feito luzes

iluminadas no escuro

que criaras pra divertir

este poder de dar vida!

Que vida iria parir

outra pele pra vestir

um belo corpo atraente

entre os bichos rastejantes

lobos de fome uivantes

sufocados pelo vento

de sangue fresco temperado

de harmonia em cada

passo que davam no paraíso?

Óh Deus tu és o maldito

monstro das marionetes

num circo de peças avulsas

deixadas no relento!!

Eu as benzi com água

do mar de Netuno

trouxe junto o sabor

que tinha os frutos!

Eles aprenderam a pescar.

Quando tua espécie

crescia violenta pra

derrotar minha orda de anjos

qual foi o gosto de descer

e ver meus filhos

herdeiros do mundo

que criei das fontes

da própria terra??

Da própria terra ergueu-te

em fogo derramado

das penunbras esguias

dos vales perdidos

no escuro fétido do

fundo das cavernas

entre as sobras e sombras

das fugas dos outros

como tu Lúcifer

que por mim foste amado.

Qual traição ousaste

tocar como música

nos ouvidos puros

da loucura de uma besta

que te tornas-te até então?

Teu homem cria verdades

e as come com a vontade

da gula dos leões.

Bebe o sangue de inocentes

nascidos sem alma

olhando o estranho mundo

que deveriam conhecer.

Minha serpente despojou

tuas fraquezas no

primeiro momento

que a beleza da "verdade"

foi lhes entregue como fruta!

O teu orgulho de pai

sobre todas as coisas

choveu no barro moldado

dilacerando tua mentira!

Ele viu o outro lado

Ele se conheceu sozinho

no espelho cristalino

Matou o algoz indigno

da continuação

queria ser ele próprio

teu único filho!!

E tu vens ao inferno

percorrer tua sabedoria

Veja o terreno maldito

fervendo indo queimar

no âmago da tua origem.

Eu Deus sou tua origem!

Me diga o que veio buscar?

Os milênios vão contar

nossa história...

...mas quem começou

por contar tempo e espaço?

O ramo da trepadeira

quer o suco da árvore

quer vesti-la destrui-la

E tomar seu lugar no alto

da grande montanha...

... alguém irá gritar verdades

e eu vou sussurrar hinos

pra cantar tua derrota infinita.