NAS ESTRADAS ESCURAS DA VIDA (PT. 1)
Nas estradas escuras da vida,
Somos ensinados a desprezar a humanidade
Com toda a amargura de nosso coração,
Até que não sobre quase nada de valioso
De nosso ser obscurecido pelos desgostos
E pelas mágoas com os seus mortíferos venenos.
Nas estradas escuras da vida,
Nossas esperanças são traidas
E a nossa já frágil inocência
É pisoteada e jogada na lama das vaidades.
O que fazermos, como procedermos,
Quando o amor de nosso coração é vituperado?
Nas estradas escuras da vida,
Uma derrota eminente e inevitável
Esvazia os nossos corações
De todas as magnificências da alma.
Num poço de desilusões é o destino daqueles
Que foram longe demais nessa trevosa viagem.
Nas estradas escuras da vida,
Descemos aos submundos mais dantescos
Da condição humana sem podermos
Socorrer as almas abatidas e sem alento.
Apenas nos aturdimos com as misérias
Que se amontoaram como meros escombros.