NAS ESTRADAS ESCURAS DA VIDA (PT. 2)

Nas estradas escuras da vida,

Somos ensinados a desprezar a humanidade

Com toda a amargura de nosso coração,

Até que não sobre quase nada de valioso

De nosso ser obscurecido pelos desgostos

E pelas mágoas com os seus mortíferos venenos.

Nas estradas escuras da vida,

Nossas esperanças são traidas

E a nossa já frágil inocência

É pisoteada e jogada na lama das vaidades.

O que fazermos quando o amor

De nosso coração é vituperado?

Nas estradas escuras da vida,

Uma derrota eminente e inevitável

Esvazia os nossos corações

De todas as magnificências da alma.

Num poço de desilusões é o destino dos seres

Que foram longe demais nessa trevosa viagem.

A rotina faz de nós seres cansados

E de forma automática realizamos

Os mesmos gestos e ações de sempre;

Os mesmos rituais e atividades cotidianas.

Nas algemas das distrações, cativos ficamos,

Mas sem sabermos de nossa condição!

Os prazeres mais viciantes

Cobram o seu preço, sem prometer

Nada de bom a longo prazo!

Já na ultima taça das volúpias insensatas

Um cansaço de morte

Vem dar o prenúncio de uma dívida indevida...

Caminhamos aos tropeços, e inebriados

Vivemos sob as ciladas das falsas seguranças

E das malogradas expectativas.

Um sonho a menos vivem os sonhadores

Nesse mundo que jaz tão povoado

De incontáveis pesadelos e fantasmagorias!

Veredas de morte que conduzem

A uma destruição não anunciada

Estão disfarçadas de formosos paraísos.

Nas suas miragens cheias de apelos,

Há portais que só levam os sonhos

Para o abismo da desventura e do desespero.

Onde encontrar o caminho da verdade

Senão na via estreita da renuncia e da fé?

Mas hoje quantos estão dispostos

A saírem de suas agradáveis ilusões

Para trilharem um caminho de vida

Inexorável muitas vezes em suas exortações?

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 18/09/2019
Reeditado em 18/09/2019
Código do texto: T6747864
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