NAS ESTRADAS ESCURAS DA VIDA (PT. 2)
Nas estradas escuras da vida,
Somos ensinados a desprezar a humanidade
Com toda a amargura de nosso coração,
Até que não sobre quase nada de valioso
De nosso ser obscurecido pelos desgostos
E pelas mágoas com os seus mortíferos venenos.
Nas estradas escuras da vida,
Nossas esperanças são traidas
E a nossa já frágil inocência
É pisoteada e jogada na lama das vaidades.
O que fazermos quando o amor
De nosso coração é vituperado?
Nas estradas escuras da vida,
Uma derrota eminente e inevitável
Esvazia os nossos corações
De todas as magnificências da alma.
Num poço de desilusões é o destino dos seres
Que foram longe demais nessa trevosa viagem.
A rotina faz de nós seres cansados
E de forma automática realizamos
Os mesmos gestos e ações de sempre;
Os mesmos rituais e atividades cotidianas.
Nas algemas das distrações, cativos ficamos,
Mas sem sabermos de nossa condição!
Os prazeres mais viciantes
Cobram o seu preço, sem prometer
Nada de bom a longo prazo!
Já na ultima taça das volúpias insensatas
Um cansaço de morte
Vem dar o prenúncio de uma dívida indevida...
Caminhamos aos tropeços, e inebriados
Vivemos sob as ciladas das falsas seguranças
E das malogradas expectativas.
Um sonho a menos vivem os sonhadores
Nesse mundo que jaz tão povoado
De incontáveis pesadelos e fantasmagorias!
Veredas de morte que conduzem
A uma destruição não anunciada
Estão disfarçadas de formosos paraísos.
Nas suas miragens cheias de apelos,
Há portais que só levam os sonhos
Para o abismo da desventura e do desespero.
Onde encontrar o caminho da verdade
Senão na via estreita da renuncia e da fé?
Mas hoje quantos estão dispostos
A saírem de suas agradáveis ilusões
Para trilharem um caminho de vida
Inexorável muitas vezes em suas exortações?