Me calo de fato no espaço

Me calo de fato no espaço

Caio eterno em algum inferno

Levanto e ando quando vem o pranto

Entendo mesmo que lento

Vida fluida que fica ardida

De passo em passo descalço

Em espinho fino

Que penetra a pele que quebra

Rasga, masca e traga, até matar

Mas que tragédia épica esta

Que cega, mas não nega

Ouvido o estampido cumprido

Que chama a morte para a cama

Que deita e peita, mas a deixa

Entrar pelo ar para se consumar

E levar a alma para ouro lugar

Vi o que vi e fim

Vou-me embora agora

Guardo só retalhos de quadros

Que minha mente sente

Num outro plano espero tanto

Renascer e crescer sem perder

Minha essência, minha consciência

Meu eu, meu ser.