Vozes
Ouço as criaturas da noite,
Em meio a bruma, como em açoite,
Elas gritam em minha mente,
Na realidade crua do descrente.


Emergem sentimentos aflitos,
Urro seco e amargo dos malditos,
Que ao permear a densa escuridão,
Instigam sentidos em lasciva servidão.

Devoram as almas sem encarnação
No limbo prospera a crua danação,
Os gárgulas que emergem dos sonhos,
Adornam devaneios sós e medonhos.

Na passagem pela barca de Caronte,
Avisto os meus flagelados pares,
Em meio ao iodo buscam puros ares,
Odisseia vã pela prometida fonte.
Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 16/07/2019
Código do texto: T6697435
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.