Quero ser a sua escuridão

O brilho de Apollo

Castiga o solo

Em cada um dos polos

E ao ver sua dor

Eu sempre

Choro

Concha falha

Cota sem malha

Terra sem mata

Ferida que cala

Tão bela

Iluminada pela vela

Olhos marejados, por ela

Sorriso radiante, uma donzela

Contra o ponto final, ela se rebela

Deixe - me ser a sua escuridão

Limpar o branco mal da sua mão

Adocicar a água do seu coração

Ser o guardião da sua visão

Te guardar dessa condenada nação

Véu negro que te abraça

Frio de Hades, em você se entrelaça

Te esconde de tudo que te caça

E que te torne

Um nada

Tão branco quanto a luz

Que te converte ao nada

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 29/06/2019
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