Espinhos

Machucado por espinhos, eu me encontro forte,

Ser a vida é ser a morte,

E ambas faces me invadem.

Depois de sentir medo, senti conforto,

No pensamento eu te levo,

Lembro-me do que é certo,

A certeza vai nos salvar?

Enquanto eu percorrer caminhos do desconhecido,

Levo minha espada e minha armadura comigo,

E o fervor de viver mais um segundo,

Sangrar mais um dia pelo mundo,

Cair sobre o chão em inaudível murmúrio.

Sou como um caçador que caça bestas da própria vida,

A verdade cometida,

É um veneno em baixo da sombra do ponto de partida.

E eu ando pelos caminhos da minha solidão,

Sempre sóbrio de êxtase,

Mas nunca de temores.

Há um lírio no campo sangrento,

Que afague todas as dores?

Há um coração descrente no pôr do sol

Que saiba se encontrar?