CORAÇÃO GÉLIDO
Um coração que não insiste em bater
O que faz ele em meio à multidão?
Na verdade está só, morto
Naquele peito onde apenas há solidão
Um coração não tem sentido algum
Num corpo sem alma, vazio
Então por que a morte não conforta
Este ser tristonho, morto, frio?
A morte é um presente
Para todos os corpos pálidos
A vida para os que não-vivos
É uma viagem sem destinos válidos
A vida traz uma paleta em preto e cinza
Para os que arrastam um coração sem paz
E toca uma sinfonia triste, sombria
De despedida que sua finitude traz.
Eryka Patricia Ramos Pereira (Caruaru/PE)