Elegia
Nas sinceras lágrimas da noite fria,
Nas agonias onde a lua não alumia,
Na fragilidade da despedida ainda iludida.
Uma melancolia em leito angelical habita.
Um coração em sombras recostado embriaga-se nas barras da poesia,
Em grande elegia.
Versos frondosos de frutos melancólicos, brilhantes maços;
Alegria recostada na elegia, indumentária de gélidas asas.
Em graves notas se ampliam sentimentos vertiginosos em pradarias;
As colheitas de sonhos tornam-se escritas. Que lúgubres sonhos são esses?
São os que caminham sozinhos no vale hostil do inconsciente inoperável.
Demônios e Anjos disfarçados.
São sopros das falas não faladas,
Reflexos do que jaz escondido no fundo do coração inibido.
Visões não expostas e sim reclusas aos do meio dia sem sintonia.
Em votos de silêncio seladas em cartas intumescidas por desgastes.
Emblemáticas hastes silentes... Por quem malfadastes teu peito decadente
Que um dia foi reluzente?