Triste Alma

Gélidos e pávidos lábios tocam minha aveludada e pálida pele

Nesta fria noite soturna de um tristonho e tenebroso outono

Como lágrimas em uma eterna despedida que o coração repele

O silêncio cria numa abstrata sinfonia um perfeito trítono

Vários pares de lúgubres olhares fitam-me desnudando-me a alma

Palavras vazias de pessoas cheias de nada preenchem o salão

A chuva cai lentamente lavando as calçadas com calma

Enquanto no peito jaz uma alegria, jaz uma vida parou-me o coração

Nas veias nenhuma gota circula desse sangue misantropo

Nos pulmões o ar se esvai como lágrimas que caem com calma

Logo estará neste eterno e sorumbático sono, este corpo

Logo estará acorrentada no inferno essa triste alma

Dan Pérignon
Enviado por Dan Pérignon em 28/05/2019
Código do texto: T6659247
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