Noturna

Algo despertou nessa amplidão soturna,

Desejando a noite meu peito está a pedir pelos ventos notívagos.

Meus olhos anseiam avistar a Lua no céu como um astro páreo!

Inflama-se em meu interior uma insaciável sede e desejo...

Pela noite adentraria destemida e no silêncio emudeceria o mundo barulhento.

Como em fuga esconder-me- ia às sombras, buscaria as estrelas;

A presença lunar encontraria e com ela sonharia,

Em cenários penumbrosos instalaria as agonias de reentrâncias que circundam pensamentos;

Na quietude mais tênue abandonaria as inebriadas lástimas,

Finalmente no som mais calado fixar-me-ia firme e permitiria tudo findar.

Nas águas profundas de um oceano oculto jogar-me-ia nelas, banhadas pela Lua...

Nessas águas o encanto mais belo existe e o lírico canto das sirenas não me resguardará dele!

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 19/04/2019
Reeditado em 28/04/2019
Código do texto: T6627673
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