Correntes de morte
Ela veste uma cascata
Enquanto a neblina da noite
Embaça os túmulos
Que convidam seus pés
A deslizar no abismo
Onde os mortos sobrevivem
Desfilando seus ossos
E suas carnes apodrecidas
Desejada pelo mundo
Que envolvem os mortos-vivos
Ela tropeça em algumas cruzes
Quebrando-as ao meio
Expondo os cadáveres
Que se escondem
Em sepulcros adornados
Cheios de flores
E enfeites
Ao som de ecos
Em açoites de morte
Revelam suas correntes
Sua boca costurada
Gritos de silêncio
Mãos atadas
Peito sangrento
Canto da Mortalha
Sons de lamentos
Fera lhe caça
Grande tormento
Asas de fogo
Sonhos no vento