Sepulcro

Se eu morresse amanhã, meu amor,

Tu envolveria meu corpo vazio e moribundo nos teus braços?

Envolveria com tamanha urgência,

Minha carne dissipando-se

Na alvorada do entardecer?

Me ensinaria que a morte é o simples ato de viver?

Viver soterrado pelo cansaço,

Pelo martírio,

E a sombra dos passos do que eu era.

Mas meus tempos já se foram

No crepúsculo dos anos de meu

sepulcro.

Se eu vivesse amanhã, meu amor,

Tu envolveria meu corpo quente

E vivo nos teus braços?