Eternidades
Na brisa noturna que sopra
Em meu rosto abraço, doce e
Ternamente, todo o gélido calor
Que se entranha em meu ser,
Sussurrando no vazio todo
O dorido sentimento de loucura
Que me invade o coração ao me
Ver sombriamente amada nessa
Noite insanamente calma.
Me acolho amparada em mim
Pelas eternidades que se estendem,
Tão puras e frias, ao meu redor,
Que sinto em meu ventre, etéreo
Santuário intocável, o cálido sabor
Da minha alma parida nos murmúrios
Silenciosos gritados por meus
Selados lábios virgens a se falar.
Sinto no peito o pulsar das sementes
De cada eternidade, me entregando
Na morta ânsia de renascer das sombras
Que me abraçam sempre em cada
Suspiro da morte que me mantém sempre
Na eterna vigília angelical dos homens
Que, viva, permaneço ao pé de meus
Eternos dias de alma vivente.