A Vingança Da Noiva Fantasma
Da janela eu vi os galhos do salgueiro
Eles quase tocavam as vidraças
Mas os ventos chacoalhavam suas folhas
E o balançar do ar arranhava minha alma
A chuva intermitente molhava a árvore
E os lampejos dos raios clareavam meu quarto
Acolhi-me em baixo dos lençóis de seda
Nunca senti medo da escuridão da noite
Mas minha mente insana me assombrava
De repente ouço corvos gralharem
Anunciando que aquela noite seria diferente
O mau presságio pairou sobre meu cerne
E o medo dominou meu corpo fragilizado
Foi quando eu vi seu rosto na janela embaçada
Era Eleonora, com seus corvos de olhos rubros
Seu espírito buscava vingança contra meu crime
E num sopro de sua boca pútrida veio a voz amarga
E eu senti meu sangue esvair-se de minhas veias
O preço do golpe da herança fora cobrado
E meu corpo sem vida despencou da cama
Os médicos declararam morte por pneumonia
Devido ao ar gelado das noites frias
Mas minha alma arde em brasa com a verdade
E minha punição viera sem lamentos
Sempre tive medo de minha mente insana
Mas postumamente acredito no sobrenatural
E rogo todos os dias pelo perdão.
(Guilherme Henrique)