A Vingança Da Noiva Fantasma

Da janela eu vi os galhos do salgueiro

Eles quase tocavam as vidraças

Mas os ventos chacoalhavam suas folhas

E o balançar do ar arranhava minha alma

A chuva intermitente molhava a árvore

E os lampejos dos raios clareavam meu quarto

Acolhi-me em baixo dos lençóis de seda

Nunca senti medo da escuridão da noite

Mas minha mente insana me assombrava

De repente ouço corvos gralharem

Anunciando que aquela noite seria diferente

O mau presságio pairou sobre meu cerne

E o medo dominou meu corpo fragilizado

Foi quando eu vi seu rosto na janela embaçada

Era Eleonora, com seus corvos de olhos rubros

Seu espírito buscava vingança contra meu crime

E num sopro de sua boca pútrida veio a voz amarga

E eu senti meu sangue esvair-se de minhas veias

O preço do golpe da herança fora cobrado

E meu corpo sem vida despencou da cama

Os médicos declararam morte por pneumonia

Devido ao ar gelado das noites frias

Mas minha alma arde em brasa com a verdade

E minha punição viera sem lamentos

Sempre tive medo de minha mente insana

Mas postumamente acredito no sobrenatural

E rogo todos os dias pelo perdão.

(Guilherme Henrique)

PássaroAzul
Enviado por PássaroAzul em 21/02/2019
Reeditado em 21/02/2019
Código do texto: T6580520
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