CONFIGURAÇÃO

Falecido! – Eis como estou neste orbe hediondo!

Sem visão, sem sentimentos... Vida assaz dissipada

Pela morte que não perdoa... Já não sou mais nada

E minhas carnes devoradas e o corpo em estrondo!

Cemitério esdrúxulo! Corvos que saqueiam vermes

Dentre as parafernálias da gleba úmida... sem brilho!

E eu, destronado da Terra, permaneço sem estribilho,

Totalmente decepado por garras nojentas de germes!

A inconsciência é minha fotografia dentro do túmulo.

Desmoronou meu coração dilacerado de dor! Absurdo

É o engenho miasmático que destrói a consciência sã!

Amarga desventura é presenciar as mazelas deste fim...

Alucinógeno estarei configurado eternamente assim,

Sem a oportunidade de vomitar minha estrutura pagã!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 16/02/2019
Código do texto: T6576434
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