Hospício

Num hospício

Internado por amor

E dor...

Que no coração

Se mantém firme

Como rochedo íngreme

E afiado...

Como um leve sorriso sarcástico

Numa conversa formal

Que se faz informal

Não vejo diferença

Certo? Errado?

Naquele lugar

Onde o certo se faz errado

E o errado se faz certo

O inferno toma conta

E de gélido sarcasmo

Relâmpagos se erguem

Através do olhar

Daquela época

Em que tudo era

Amor e cor

Agora...

Abaixa o mar

E fria de dor se faz

Até o último raio

Que a escuridão roubar

Irei estar lá...

Sou seu rei e senhorio

A escuridão me pertence

E não o contrário

Vejo tudo

Entretanto ninguém

Me vê...

Seria eu invisível na escuridão

Do meu próprio ser?

Me afogando...

Em minha própria essência?