Inocência do sangue
Como a mais bela pureza que vem à luz
Junto ao ano que nasce, angélico,
Sinto em meus lábios o doce sabor
Da inocência, que de meu ventre
Escorre rubro, a me seduzir como a uma
Amante que se embriaga no aconchego
Da dança que marca mais uma época
De sombrios desejos inocentes.
De meus ocos batimentos no peito
Sinto o afligir de uma divina alegria
A me abrir os lábios no prazer de um
Doce sorriso, rubra inocência a querer
Me deixar acolhida nos etéreos braços
De um breve e simples sonho merecido.
Na inocência de sangue a correr
Em minhas finas veias sinto tudo
O que de minha pulsante carne
Vira acalanto e desejo, me levando
Ao Angélico delírio de falar e falar
As feéricas palavras da oração,
Divino cântico a me envolver os
Ombros com a inocente delicadeza
De um materno abraço no seio
Das sombrias horas de solidão.