Salvador?
Seria eu
Um tempo nublado?
Pendendo para a chuva
Que negra cai na terra
Fazendo um dilúvio
Que ninguém quer saber
Cada dia mais errado
De dentro eu grito
Não!
Ninguém escuta
O que eu quero dizer
Socar a parede
Destruir em textos
Para não me auto machucar
Salvador?
Dalí só se for
Não consigo nem me salvar
Imagina a alguém
Um preto límpido
Como uma noite sem
Estrelas
Nem lua ou nuvens
Um temporal cai
Santa Vitória se vai
Sangue cai
Todos se vão
Costela perfurando pulmão
Cigarros em gritos
Deixam o sangue negro
Tosse se esvai em líquido ferroso
Cobras em cobranças
Um homem melhor?
Não sei onde
Apenas quero
O meu final
Olho a frente
Meus pais tomando chimarrão
Nem se perguntam
Se tenho algo para beber
Estou sem água
Minha boca seca
Saliva empapada
Em baixo da língua
As trevas me abraçam
Me envolvem
Em suas frias bandagens
Tchau ao mundo
Olá a gravidade adulterada
Por pensamentos adultos
Em meio a vidas
E a sociedade queima delitos
Das trevas malucas
Em cheiro de gasolina
Meus sonhos submersos
Punhos cerrados
Pessoas machucadas
Rádio em espanhol
Estou no Uruguai
...
Não mais dor
Não mais desculpas
Eu não irei sofrer
Tudo é nada
Visto das sombras da vida
Entre estranhas
E entranhas
Escuto pretty woman
Abrindo corpos
Nos free-shops da vida
Evito pessoas
All-stars nos pés
Chuto pessoas que acham
Que sabem o que é ser você
Se quiser saber "tô pouco me..."
Para o whisky do dia a dia
Gosto ser estranho...
No mundo em que todos
Querem dançar
Prefiro acabar com a vida
Que me faz ficar parado