A Noite sempre acolhe seus filhos

A Noite sempre acolhe seus filhos. E quem teus filhos são?

Quem são esses que andam nas ruas soturnas do pensar?

Quem são esses que se deparam sempre ao luar?

O que fazem sem repouso quando despertam na hora do eterno badalar?

Escrevem, dançam, entoam canções emudecem questões...

Alguns acolá isolados ou não, refletem vivendo em meus taciturnos fastos.

Hó Noite moça, Noite mãe... Que jamais criança foi, quem contigo anda assim?

Quiça, estavam antes nas luzes das estrelas. Hoje nas luzes das cidades e mortos pilares.

São teus antigos menestréis, todas as eras a ti são presenteados?

Andam desde épocas passadas a evitar as armadilhas dos que dormem;

Comigo passeando em seus próprios mistérios e nas órbitas do universo.

Queridos em seus solitários versos e suas notas suaves que pisam nas terras de corações;

Desde sempre invadindo as terras onde ninguém deve andar.

São sempre eles que me procuram e me encontram nos lugares mais recônditos;

Fada de véu sereno e negro, tu que com teus cabelos pretos tece os céus tardios;

Como crias tão serenas criaturas em tão brandas espadas rutiladas?

As estrelas são pontilhadas e queimam, ainda assim prevalecem em sua beleza que deve morrer;

A Lua é orbitada por seus declives inalcançáveis, prevalece com sua beleza e melancolia;

Sozinha carrego como elmo as esperanças em meu manto como guerra e como descanso.

22/12/2018