APATIA
O tic tac do relógio
Grita forte ao meu ouvido
Seus ponteiros passam rápido
Me empurram ao precipício
Estou aqui dentro do vale
Acampamento montado
Toque de dores
Lembranças do passado
Vícios
O vento leva a poeira
Que desenha o meu rosto
Marionete da vida
Fonte de desgosto
Portas que escravizam
Gaiolas de ouro
Dentro de mim
Mora um tesouro
Alguém de capa preta
Ao longe me paquera
Por entre as árvores secas
Mira cinzenta
Tocando-me o peito
Sem beleza
Enquanto paciente espera
Por um último beijo
Terra
Eu consigo ver o sol
Mas não sinto seu calor
O dia está lindo
Cheio de cor
Mas tudo que sou
Resume-se a uma sombra
Comida
Sem sabor