Alma em um cigarro
Possuo incrédulas vertigens, cada mágoa e passo errado me são como fuligens.
Vejo mesmo é o cinzeiro refinado que elas irão preencher junto as cinzas do cigarro...
A vida que o traga impulsiona a fumaça por seus narizes!
Narizes que inalam fogo e fuligem são minhas essas cinzas que sempre restam.
O fim neste cinzeiro de quartzo quebrado, lá minha alma habita,
Como um cristal desgastado que tem riscos encoberto por fuligens...
Cinzas minhas misturadas na poeira indefesa da "ingentileza" que me foi oferecida.
E essa beleza da brasa...
Vermelha e acesa respalda fogo eterno enquanto vivo,
Docemente cintila a fumaça no ar e tênue é o seu sabor!
E assim a tua voz sopra em meu ouvido palavras agudas do inconsciente incisivo:
- Eu sou efêmero e eu sou passageiro!
Minha beleza é mórbida, é singela e traiçoeira...
Tua voz fala que... És introspectivo, ser de tortuosos químicos caminhos.