Alma em um cigarro

Possuo incrédulas vertigens, cada mágoa e passo errado me são como fuligens.

Vejo mesmo é o cinzeiro refinado que elas irão preencher junto as cinzas do cigarro...

A vida que o traga impulsiona a fumaça por seus narizes!

Narizes que inalam fogo e fuligem são minhas essas cinzas que sempre restam.

O fim neste cinzeiro de quartzo quebrado, lá minha alma habita,

Como um cristal desgastado que tem riscos encoberto por fuligens...

Cinzas minhas misturadas na poeira indefesa da "ingentileza" que me foi oferecida.

E essa beleza da brasa...

Vermelha e acesa respalda fogo eterno enquanto vivo,

Docemente cintila a fumaça no ar e tênue é o seu sabor!

E assim a tua voz sopra em meu ouvido palavras agudas do inconsciente incisivo:

- Eu sou efêmero e eu sou passageiro!

Minha beleza é mórbida, é singela e traiçoeira...

Tua voz fala que... És introspectivo, ser de tortuosos químicos caminhos.

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 15/09/2018
Código do texto: T6449326
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.