O SEPULCRO

Santíssimo Pai de extremada abundância,

Enveredo sisudo pelo pórtico do óbito: só!

Calor intenso, racha-se a pele perante o pó

E a última dose de vinho refresca a ignorância!

Oh! Se alguém escuta do pranto abandonado

A angústia que corrói os sintomas do medo

Que a catacumba esconde, talvez pelo degredo

De um espectro que foi injustamente imolado,

Pode notar a macumba que se infiltra no tédio

Que é o respirar da solidão ingrata do cemitério

E gritar em altos brados por socorro e liberdade!

Positivamente diante do átrio não há comiseração,

Na vida que se enterra já não pulsam tom e coração

E, do tudo o que se deixa, fecunda-se a fertilidade!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 24/08/2018
Código do texto: T6429103
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