O SEPULCRO
Santíssimo Pai de extremada abundância,
Enveredo sisudo pelo pórtico do óbito: só!
Calor intenso, racha-se a pele perante o pó
E a última dose de vinho refresca a ignorância!
Oh! Se alguém escuta do pranto abandonado
A angústia que corrói os sintomas do medo
Que a catacumba esconde, talvez pelo degredo
De um espectro que foi injustamente imolado,
Pode notar a macumba que se infiltra no tédio
Que é o respirar da solidão ingrata do cemitério
E gritar em altos brados por socorro e liberdade!
Positivamente diante do átrio não há comiseração,
Na vida que se enterra já não pulsam tom e coração
E, do tudo o que se deixa, fecunda-se a fertilidade!
DE Ivan de Oliveira Melo