Forasteira
Em todo o lugar que ando,
Em cada recuando desse mundo
Em que deixo meus passos,
Sinto como se fosse eu parte
De outro lugar do universo,
Uma forasteira em busca
De um inexistente lar que
Sempre encontro apenas
No âmago de meu coração.
Procuro em meus olhos
A cada reflexo meu no espelho
O reconhecimento da morada
Que nunca percebo o lugar
A que minha andarilha alma
Sempre almeja, me fazendo
Sentir sempre a forasteira
Que já me acostumei a ser,
Forasteira até em meu próprio
Corpo cansado mesmo nas
Horas incertas do sono em que
Me vejo agraciada pelo cálido
Abraço dos sonhos a me abrigar
No aconchego de seu entrando ventre.