Príncipe das Moscas
Insetos venenosos vão se infiltrando
No espaço entre meus ossos e tutano
Há uma mosca em meu sótão me chamando
Mais uma noite inteira pra resistir
Pra Igreja eu fugi, para fazer uma oração
Rezei por meus amigos, mãe, pai e irmão
O Padre fez seu sermão sobre o Inferno
Queimar no lago de enxofre é meu destino eterno
Rezei pra Deus perdoar meus pecados
Mas o destino de um condenado é selado
Todas as orações são em vão e engasgadas
Como a garganta cortada da mulher no porão
Garras e asas no assoalho de cima
A forca pendurada prediz minha chacina
Há um milhão de moscas cantando meu nome
O príncipe delas recita o evangelho da fome
O perfume de decomposição e o sangue no chão
Anunciam a chegada do monarca na casa
Agora eu estou subindo as escadas do sótão
Façam por mim uma última oração