Tabuleiro
Desgarrada de mim mesma
Numa pálida sombra de um
Doce rumor que ainda me prende
Aos sentimentos que trago
No peito, como peças em um
Tabuleiro, que me prendem
Ao xadrez com aqueles que
Outrora seguiam desconhecidos
E agora comigo jogam como
Negros anjos aliados à minha
Restaurada alma enraizada.
Atormentada pelo passado
E assombrada pelo futuro,
Caminho, como rainha no
Tabuleiro, de casa em casa
A cada jogada no xadrez
Da morte anunciando a vida
Que, estendida aos meus pés,
Me abraça com os peões que,
Aliados nesse sombrio jogo,
Me amparam rumo e rente
Às trevas que me acolhem,
E comigo iluminam cada jogada
Rumo ao angélico xeque-mate.