Tabuleiro

Desgarrada de mim mesma

Numa pálida sombra de um

Doce rumor que ainda me prende

Aos sentimentos que trago

No peito, como peças em um

Tabuleiro, que me prendem

Ao xadrez com aqueles que

Outrora seguiam desconhecidos

E agora comigo jogam como

Negros anjos aliados à minha

Restaurada alma enraizada.

Atormentada pelo passado

E assombrada pelo futuro,

Caminho, como rainha no

Tabuleiro, de casa em casa

A cada jogada no xadrez

Da morte anunciando a vida

Que, estendida aos meus pés,

Me abraça com os peões que,

Aliados nesse sombrio jogo,

Me amparam rumo e rente

Às trevas que me acolhem,

E comigo iluminam cada jogada

Rumo ao angélico xeque-mate.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 26/05/2018
Código do texto: T6347455
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